28 de dez. de 2008

Pó vermelho

É quase quatro da manhã. Estou numa pequena cidade do interior do Paraná. Um cara que conheci há algumas horas me oferece cocaína. Declino. Não gosto de tomar nem antibióticos, o que dirá pó. Na minha cidade natal, em outra noite, não me oferecem nada, mas garantem que posso conseguir tudo, de maconha a crack ou LSD.
O que aconteceu que alastrou as drogas pelo interior do Paraná não entendo, mas há uma geração drogada de pés vermelhos. Não deve ser diferente em outras cidades pequenas. Como tudo num mundo capitalista, as drogas viraram uma indústria, comércio, produção de vício para ganhar dinheiro.
A contracultura tinha uma relação ideológica com as drogas. Nem por isso seus expoentes ficaram imunes às suas tragédias. A cena eletrônica tem uma relação cultural com as drogas sintéticas. Isso também não a livra nem a livrará dos danos.
No interior, no entanto, o consumo é simplesmente para acelerar a vida. É o retrato de uma juventude vitimada pelo mercado do prazer ao extremo.

2 comentários:

  1. Anônimo15:36

    Do pó ao pó: tudo sem vida.
    Com certeza,
    só podia ser droga, porcaria.

    (leia email que tô te mandando a respeito/ é longo)

    Prefiro o texto que tem esperança: o bonsai e a pimenteira. O final é lindo. Liberdade, renovação, alívio.
    MUUUUIITO melhor.
    E mais lucrativo!!!

    Se cuida!
    bjo!

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  2. porra, Mário, mals aí, mas preciso dizer isso: pensamentozinho mais classe-média, hein.

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Obrigado pelas palavras.