18 de dez. de 2008

Curitiba, de costas

Olho Curitiba, de costas. Sinto saudades. É estranho partir deste lugar e sentir falta. Curitiba foi feita para ser abandonada, cidade chata, modorrenta, sem identidade cultural, sem um povo caloroso. Cidade sem nada. Não importa. Sinto saudades.
Cheguei há muitos anos. Vivi antes numa cidade muito pequena (5 mil habitantes) e em outra muito grande (mais de 10 milhões de habitantes). Curitiba foi uma escolha apenas conveniente. Só isso. Mas, com o tempo, virei seu filho.
Falo mal de Curitiba, o que é muito curitibano. Reclamo do trânsito. Prefiro a cidade calma onde cheguei pela primeira vez. Não consigo definir o que é ser curitibano. Mas amo este lugar, porque não há cidade onde se é mais livre de estereótipos. Não há uma música curitibana. Aleluia... Não há uma cultura curitibana. Viva...
Somos tudo e nada no mundo. Isto é o que nos singulariza. Todas as culturas, todos os sons, todas as misturas vivem em um curitibano ciente de si.
Tenho pena dos que estão presos à imagem que fazem de si mesmos: mineiros, paulistas, gaúchos, baianos, sertanejos, etc, etc, etc. Só um curitibano de coração é livre.
Eu sou livre. Apesar das saudades.

3 comentários:

  1. Anônimo11:57

    Eu poderia escrever um, do mesmo gênero, seria: "Mário de costas"
    o 1°parágrafo começaria mais ou menos assim:
    Oh! A bunda...

    hahahahaahahah...
    Beijinhos

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  2. Anônimo19:51

    ...é como, coincidentemente, me disseram hoje na hora do almoço: EGO é um curitibano que cada um tem em si...!
    ou...tem aquela piadinha: um curitibano estupra uma mulher. ela vai à delegacia e diz que foi um curitibano o estuprador. O delegado pergunta como ela sabe. "Depois de tudo ele ainda me pediu para agradecer"...
    mas o pôr-do-sol (agora) tá bonito...pelos meus olhos paulistas, gaúchos, russinhos...!!! hehehe!!!

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  3. Anônimo22:27

    ah, que lindo Mário! Prova que vc realmente leu nosso TCC! haha

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Obrigado pelas palavras.