18 de fev. de 2009

Amor perfeito

Quero tuas imperfeições, amor, por que amar suas virtudes é fácil. Amar-te à distância, sem nunca te ver, manteria meu amor eterno, Romeu sem nunca conhecer Julieta. Morto, antes da paixão apagar suas brumas.
Não viver o amor é a melhor forma de nunca maculá-lo com as imperfeições de cada um de nós. O platonismo é a forma mais febril de amor. A mais intensa é aquela que ama o que conhece, o ser que está perto, o humano cheio de defeitos e virtudes, pesado na balança, amado apesar dos defeitos. Ou amado com seus defeitos.
Meus amores mais perfeitos nunca se concretizaram. Imaturo, achava-os a forma mais elevada. Hoje, vejo que amar exige, a cada dia, ver no cotidiano toda beleza que o amor pode ter quando a paixão febril apagou sua chama.
Este amor de febre que não vê nem conhece o que ama projeta imagens de nós mesmos sobre outros. Parece amor, mas não. É apenas uma forma de amar sem sair de nós mesmos. É uma forma de egoísmo. E só.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu quero as imperfeições do meu amor platônico, eu quero a chance de conhecê-las. Mas sei que não suportaria viver ao lado dele, não ele sendo como é. Ele é meu amor platônico diferente, vejo algumas virtudes, e tantos defeitos. Quando penso que o conheço, descubro que não, existe sempre uma surpresa desagradável que surge quando tudo parece bem. Continuo o desejando, o amando. Mesmo sabendo que não o conhço e que não é, nem nunca foi, amor.

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  3. Ótimo texto... É o que havia de ser dito de um sentimento tão nobre!

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Obrigado pelas palavras.