15 de jul. de 2008

Tyger, tyger, by Willian Blake

Tradução de Paulo Azul
Tigre! Tigre! Flamejante brilho
Na floresta da noite
Quão imortal mão ou olho
Poderia eternizar sua temível simetria?

Em que distantes profundezas ou céus
Arde o fogo de seus olhos?
Em que asas ousa acender?
Qual a mão tem a ousadia de roubar o fogo?

E que ombros, e qual arte,
Pode enlaçar os nervos de seu coração?
E quando seu coração começa a bater,
Qual poderosa mão, e qual poderoso pé?

Qual o martelo? Qual a corrente?
Em que forno foi feito seu cérebro?
Qual a bigorna? Qual a mordaça
Seus terrores mortais conteve?

Quando as estrelas abaixaram suas lanças,
E o céu inundou com suas lágrimas,
Ele sorriu quando viu seu trabalho?
Ele fez em cordeiro tornar-se?

Tigre! Tigre! Flamejante brilho
Na floresta da noite
Quão imortal mão ou olho
Poderia eternizar sua temível simetria?


Tradução de Vasco Graça Moura

tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria

tua terrível simetria?

de que abismo ou céu distante
vem tal fogo coruscante?

que asas ousa nesse jogo?

e que mão se atreve ao fogo?

que ombro & arte te armarão
fibra a fibra o coração?
e ao bater ele no que és,

que mão terrível? que pés?

e que martelo? que torno?
e o teu cérebro em que forno?
que bigorna? que tenaz

pro terror mortal que traz?

quando os astros lançam dardos
e seu choro os céus põem pardos,
vendo a obra ele sorri?

fez o anho e fez-te a ti?

tigre, tigre, chama pura
nas brenhas da noite escura,
que olho ou mão imortal cria

tua terrível simetria?